Farmanguinhos cloroquina é destinado ao tratamento da malária e amebíase hepática, além de indicado para o tratamento da artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e lúpus discoide, na sarcaidose e nas doenças de fotossensibilidade como a porfiria cutânea tardia e as erupções polimórficas graves desencadeadas pela luz.
Como o Farmanguinhos Cloroquina funciona?
Farmanguinhos cloroquina tem efeito contra o ataque agudo da malária, doença causada por algumas espécies de Plasmodium (protozoário causador da malária), sendo eficaz contra P. vivax, P. malarie e P. ovale. Farmanguinhos cloroquina também tem ação contra Entamoeba histolytica (protozoário causador da amebíase hepática). Além desses efeitos, Farmanguinhos cloroquina tem ação contra a inflamação.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Farmanguinhos Cloroquina
Difosfato de cloroquina
Comprimido 150 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido
Embalagem contendo 50 strips com 10 comprimidos cada
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO (A PARTIR DE 4 ANOS)
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de 150 mg contém:
cloroquina (equivalente a 241, 91 mg de difosfato de cloroquina) | 150 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: amido de milho, estearato de magnésio, talco 325 mesh, manitol oral em pó e água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
INDICAÇÕES
A cloroquina é indicada para profilaxia e tratamento de ataque agudo de malária causado por Plasmodium vivax, P. ovale e P. malarie. Também está indicada no tratamento de amebíase hepática e, em conjunto com outros fármacos, tem eficácia clínica na artrite reumatoide, no lúpus eritematoso sistêmico e lúpus discoide, na sarcaidose e nas doenças de fotossensibilidade como a porfiria cutânea tardia e as erupções polimórficas graves desencadeadas pela luz.
Ações antimaláricas. A cloroquina, mesmo em doses maciças, não possui atividade significativa contra as fases exoeritrocitárias dos plásmadios nos tecidos. A substância não é, portanto, agente profilático causal e não impede o estabelecimento da infecção. Entretanto, é altamente eficaz contra as formas eritrocitárias assexuadas de P. vivax e P. falciparum e gametócitos de P. vivax. É superior à quinina na supressão da malária causada por P. vivax. No ataque agudo da malária, a cloroquina controla rapidamente os sintomas clínicos e a parasitemia; a maioria dos pacientes torna-se completamente apirética em 24 a 48 horas após a administração de doses terapêuticas e esfregaços espessos de sangue periférico em geral são negativos em relação aos parasitas após 48 a 72 horas. A cloroquina, assim como a quinina, não evita as recidivas da malária causada por P. vivax, mas aumenta substancialmente o intervalo entre as mesmas. A cloroquina é bem tolerada e, portanto, mais fácil de administrar do que a quinina. Difere desta por não manifestar sinergismo terapêutico ou tóxico quando usado com a primaquina.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
O principal obstáculo ao êxito do tratamento antimalárico é o desenvolvimento, por parte do parasita, de resistência aos medicamentos disponíveis. A resistência adquirida ao antimalárico não deve ser confundida com insensibilidade ou refratariedade natural dos parasitas em relação a essas drogas. É obvio que essa refratariedade existe, mas não está relacionada à exposição prévia à droga. Dentre as espécies de plasmódio que infectam os seres humanos, a resistência adquirida aos antimaláricos representa um problema clínico sério apenas quando se trata do P. falciparum. Este histórico de tolerância cada vez maior do P. falciparum ao arsenal terapêutico antimalárico disponível ilustra dramaticamente a necessidade de desenvolverem-se drogas quimioterápicas que atuem por diferentes mecanismos e que não estejam sujeitos ao desenvolvimento de resistência cruzadas entre si. A cloroquina faz parte de uma grande série de 4-amino-quinolonas que foram estudadas no extenso programa cooperativo de pesquisa antimalárica com o objetivo de descobrir drogas supressivas mais eficazes e menos toxicas do que a quinacrina, um derivado da acridina que deixou de ser usado na quimioterapia da malária devido à sua toxicidade e à incapacidade de curar malária causada por P. vivax ou de agir como profilático causal.
Química. (±)-Cloroquina [7-cloro-4-(4-dietil-amino -1-metilbutilamino)-quinolina]. O difosfato é um pó branco, amargo, solúvel em água. Suas soluções são estáveis.
Eficácia. A cloroquina declinou nas regiões do mundo onde emergiram cepas de P. falciparum relativa ou absolutamente resistentes à sua ação. A cloroquina é muito eficaz na profilaxia e ou no tratamento de ataques agudos de malária, causadas por P. vivax, P. ovale e P. malariae, exceto em áreas onde se descrevem cepas de P. vivax resistentes à sua ação. A cloroquina não tem atividade contra estágios hepáticos primários ou latentes dos parasitas. Para prevenir as recaídas nas infecções por P. vivax e P. ovale, se pode administrar primaquina juntamente com a cloroquina. A cloroquina não é tão eficaz quanto o metronidazol para o tratamento da amebíase hepática, devendo ser utilizada somente quando o metronidazol ou outro composto nitroimidazólico está contraindicado ou indisponível. Cloroquina tem sido usada para tratamento da amebíase extraintestinal, incluindo abscesso hepático, causados por Entamoeba histolytica. Não é eficaz como tratamento da amebíase intestinal, pois é quase completamente absorvida pelo intestino delgado e apenas uma pequena parte da droga está presente na parede intestinal. Na artrite reumatóide, embora possa ser utilizada, vem sendo substituída por outras drogas, como o metotrexato. É usada como adjunto ao corticosteróide tópico no tratamento do lúpus eritematoso discóide e adjunto do corticosteróide sistêmico no tratamento do lúpus eritematoso sistêmico, quando a artrite é um sinal significativo.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Farmacodinâmica
A cloroquina se liga moderadamente (60%) às proteínas plasmáticas e sofre biotransformação considerável através do sistema hepático do citocromo P450 em metabólitos ativos, a desetilcloroquina e a bidesetilcloroquina. Esses metabólitos podem alcançar concentrações plasmáticas de (40 a 10) % da concentração de cloroquina, respectivamente. O enantiômero S(+) da cloroquina apresenta tanto maior ligação às proteínas plasmáticas como maior depuração metabólica do que o enantiômero R(+). Os derivados 4-aminoquinolinas ligam-se às nucleoproteínas e interferem na síntese de proteínas; inibem a polimerase do DNA e RNA. Concentram-se nos vacúolos digestivos do parasita, aumentando o pH, interferindo na capacidade do parasita de metabolizar e utilizar a hemoglobina da hemácia. As formas exoeritrocitárias do plasmódio não têm vacúolos digestivos, não utilizam a hemoglobina e não são afetadas pela cloroquina. A cloroquina atua como amebicida tissular, por mecanismo pouco conhecido. Tem atividade antiinflamatória, mas o mecanismo de ação na artrite reumatóide e no lúpus não são conhecidos. Estudos in vitro indicam que a cloroquina também inibe a quimiotaxe dos leucócitos polimorfonucleares, macrófagos e eosinófilos.
Farmacocinética
A cloroquina é uma 4-aminoquinolina com rápida atividade esquizonticida para todas as espécies de Plasmodium e gametocida para P. vivax, P. malariae e P. ovale, sendo eficaz contra as formas eritrocíticas dessas três espécies. Não é eficaz contra P. falciparum e não tem atividade contra os estágios hepáticos primários ou latentes dos parasitos. A cloroquina tem efeito tóxico direto sobre trofozoítos de E. histolytica, se concentrando no fígado, sendo utilizada para tratar abscesso hepático amebiano. A cloroquina é ineficaz para a amebíase intestinal, pois alcança baixas concentrações no lúmen e na parede do cólon, sendo absorvida pelo intestino delgado. A cloroquina é bem absorvida a partir do trato gastrointestinal. A distribuição do fármaco é relativamente lenta em um volume aparentemente muito grande (>100 L/kg). A cloroquina liga-se moderadamente (60%) às proteínas plasmáticas e sofre apreciável biotransformação através das enzimas CYP hepáticas. A depuração renal da cloroquina corresponde a cerca de metade da sua depuração sistêmica total.
A cloroquina exibe em adultos e crianças uma farmacocinética complexa, de modo que os níveis plasmáticos do fármaco logo após sua administração são determinados pela velocidade de distribuição e não pela de eliminação. Devido a extensa ligação com os tecidos, é necessária uma dose de ataque para obter concentrações plasmáticas eficazes. A meia-vida da cloroquina aumentam de (72 a 120) horas, à medida que os níveis plasmáticos declinam. A meia-vida terminal varia de (30 a 60) dias e vestígios do fármaco podem ser encontrados na urina, durante anos após o uso terapêutico.
Além de seu efeito antiparasitário, a cloroquina tem ação antipirética e anti- inflamatória. Apresenta absorção rápida e quase completa; com pico plasmático em (1 a 2) horas; distribuindo-se amplamente nos tecidos, concentrando-se na íris, coróide e menos na córnea, retina, esclera e também nas hemácias.
A cloroquina atravessa a placenta e distribui-se no leite materno. Meia-vida plasmática de (72 a 120) horas; metabolizada no fígado e excretada lentamente na urina.